Por nossa equipe de investigação | MaçonLeaks
Data: 18 de junho de 2025

Durante meses, a cúpula do Grande Oriente do Brasil (GOB Nacional) tentou apagar um capítulo inteiro da história da Maçonaria na Bahia. Em silêncio, de forma planejada e com métodos que lembram operações de guerra institucional, um grupo restrito de dirigentes de Brasília arquitetou o que ficou conhecido entre maçons como o “Golpe da Desfederalização”.
O alvo: o Grande Oriente do Brasil – Bahia (GOB-BA) , uma potência maçônica com mais de seis décadas de história, 116 lojas jurisdicionadas e mais de 3.000 irmãos em atividade.
Como começou o conflito?
O estopim foi político. Segundo fontes com acesso aos bastidores do GOB Nacional, tudo começou após a eleição interna na Bahia, em que o grupo político de Múcio Bonifácio Guimarães – Grão-Mestre Geral do GOB – foi derrotado.
A perda de controle sobre o GOB-BA foi vista como uma ameaça estratégica.
Relatos obtidos por nossa equipe indicam que, logo após a derrota, reuniões reservadas começaram a acontecer no segundo andar da sede nacional, em Brasília. Participaram advogados internos, dirigentes nacionais e pelo menos dois membros do Supremo Conselho Maçônico.
Os Decretos da Vergonha
No dia 8 de maio de 2023, os decretos nº 2127 e nº 2128 foram publicados.
Decreto 2127: Expulsava o GOB-BA da federação.
Decreto 2128: Criava uma Delegacia Regional, para assumir de forma improvisada o controle da maçonaria baiana.
Nenhum processo disciplinar. Nenhuma sindicância. Nenhuma assembleia. Apenas uma canetada.
O golpe foi tão mal disfarçado que a comunidade maçônica baiana reagiu imediatamente, com dezenas de lojas emitindo moções de repúdio.
Um irmão de Feira de Santana, que pediu anonimato, descreveu:
“Nunca imaginei viver para ver algo assim. Um Grão-Mestre Nacional passando por cima da história de milhares de maçons por puro revanchismo político.”
A reação: Justiça como última trincheira
Com os canais internos bloqueados, o GOB-BA recorreu à Justiça.
No processo, pediu a suspensão imediata dos efeitos dos decretos e denunciou a violação de direitos fundamentais.
O caso foi parar na Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA).
O resultado? Uma decisão unânime, histórica e contundente:
Os desembargadores reconheceram que o GOB Nacional violou os princípios constitucionais do devido processo legal e da ampla defesa.
A expulsão foi considerada arbitrária e sem amparo legal.
Os decretos foram suspensos imediatamente.
O Voto que Ficará na História
A relatora, desembargadora Maria de Lourdes Pinho Medauar, foi enfática ao afirmar que:
“Nem mesmo nas relações privadas, como as de uma associação civil, é permitido agir sem respeito aos direitos fundamentais. A Constituição não pode ser ignorada dentro de uma instituição que se diz pautada pela ética, justiça e fraternidade.”
Documentos internos mostram que o GOB Nacional tentou blindar a decisão
Fontes que tiveram acesso a reuniões internas e documentos obtidos por nossa equipe de investigação revelam que a cúpula do GOB Nacional tentou montar um “dossiê de emergência” para justificar, a posteriori, a expulsão.
Em trocas de e-mails às quais tivemos acesso, membros do Conselho Federal discutiam estratégias jurídicas para “dar aparência de legalidade” aos atos já consumados.
Entre as mensagens, uma frase chama atenção:
“Precisamos construir o histórico de descumprimentos do GOB-BA retroativamente, para apresentar em juízo, se for necessário.”
A autenticidade dos documentos está sob análise, mas os indícios são consistentes com o modus operandi já observado.
Prejuízo milionário e crise de confiança
Além dos danos institucionais, a tentativa de golpe pode gerar consequências financeiras dramáticas para os cofres do GOB Nacional.
O GOB-BA já move ação pedindo indenização milionária por danos morais, materiais e institucionais, com base nas perdas de imagem, receitas e na paralisação forçada de suas atividades.
Pergunta que ecoa nas lojas de todo o Brasil: quem vai pagar essa conta?
Dinheiro dos maçons? Recursos das lojas? Ou os dirigentes nacionais vão responder pessoalmente?
O que dizem as lideranças nacionais?
Oficialmente, até o momento, o GOB Nacional não se manifestou.
Internamente, porém, há relatos de racha no alto comando. Fontes próximas ao Conselho Federal afirmam que há pressões crescentes para que o Grão-Mestre Geral convoque uma reunião extraordinária para tratar da crise.
Há ainda boatos de que pelo menos três Grandes Orientes Estaduais estudam abrir processos preventivos para blindar suas autonomias e evitar manobras semelhantes.
Os próximos capítulos: Investigação, vazamentos e risco de efeito dominó
Este caso pode ser apenas a ponta do iceberg.
Nossa equipe recebeu, de forma anônima, outros documentos internos do GOB, incluindo:
Relatórios de movimentações financeiras suspeitas;
Trocas de mensagens sobre a articulação da Delegacia Regional da Bahia;
E-mails sugerindo pressão sobre Grão-Mestres estaduais de outros estados.
Nas próximas semanas, publicaremos esses materiais, um a um.
Aos irmãos que ainda acreditam na verdade:
Se você tem documentos, áudios ou qualquer informação sobre este ou outros abusos de poder dentro da Maçonaria:
Envie de forma anônima para nossa equipe. Sua identidade será protegida. Publique no nosso fórum 100% anônimo e seguro.
MaçonLeaks não vai parar até que toda a verdade venha à luz.
📢 Esta guerra institucional está longe de acabar. E aqui, ela será contada até o fim.
👉 Acompanhe as próximas publicações.
👉 Divulgue.
👉 A verdade é uma obrigação moral.
Be First to Comment